Eis o instigante tema do XXIV Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, que será sediado pela EBP – MG, nos dias 25 e 26 de novembro de 2022.

Um tema que se transmite, necessariamente, por sua escrita singular, num curioso enodamento entre o que se diz e o que se escreve. Dois pontos, pausa, detenção. Na sequência, o que se enuncia sob o modo exclamativo – presente! – acaba por ser escutado como algo que vem de fora. Não estamos, definitivamente, diante da mera presença predicativa do analista, mas de uma emissão que se solta como pura vociferação, fazendo irromper de dentro este lapso de exterioridade.

Não por acaso, nosso Encontro estará selado pelas belíssimas imagens da artista Lúcia Koch que, ao reciclar pequenas embalagens de papelão, transforma o próprio espaço e, com ele, toda a perspectiva do olhar que se dilata em “dobras, frestas, luzes, texturas e cortes familiares. Um lugar que faz do dentro, uma abertura poética iluminada”[1].

Essa caixa não retém os segredos de Pandora, nem os vestígios póstumos de um acidente, menos ainda o universo lúdico/imaginário de Melaine Klein. Nenhum continente a conter qualquer verdade dita inconsciente, apenas a captura de um instante que irrompe como furo, topologia do lugar de mais ninguém. Estará aí o analista?

Bem-vindos ao trabalho, contamos com a viva presença de cada um!

 

Laura Rubião
Diretora do XXIV Encontro Brasileiro do Campo Freudiano

 

 

[1] Texto extraído do site da Fundação Clóvis Salgado. https://fcs.mg.gov.br/c-de-caixa/


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